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Produtores escavam barreiras para conter javalis e salvar plantações no Brasil

  • Mega Fato
  • 23 de jun.
  • 6 min de leitura
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Em propriedades rurais de estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, produtores estão escavando valas profundas ao redor de suas plantações para impedir a invasão de javalis e javaporcos, uma solução simples que tem reduzido significativamente os prejuízos causados por esses animais. A técnica, que utiliza maquinário pesado para criar barreiras de até 1,5 metro de profundidade, ganhou popularidade por sua eficácia e baixo custo de manutenção. Adotada em áreas próximas a matas nativas, a estratégia protege cultivos de milho, soja e mandioca, aliviando os impactos econômicos causados por bandos que destroem lavouras em uma única noite. O método, embora trabalhoso, dispensa tecnologias complexas e se destaca como uma resposta prática à ausência de políticas públicas eficazes para o controle de fauna invasora.


A prática começou a se espalhar após relatos de sucesso compartilhados por produtores em redes sociais e canais especializados, como o “Fatos Rurais”. Muitos agricultores enfrentam perdas anuais que chegam a milhares de reais devido à ação de javalis, que pisoteiam plantações e transmitem doenças. A solução das valas surge como uma alternativa viável em um cenário de desafios crescentes no campo.


  • Principais culturas afetadas: milho, soja, feijão, mandioca e cana-de-açúcar.

  • Regiões mais impactadas: áreas rurais próximas a reservas florestais.

  • Prejuízos estimados: milhares de reais por ataque, dependendo da extensão da lavoura.


ORIGEM DO PROBLEMA COM JAVALIS

A presença de javalis no Brasil remonta à introdução da espécie no século XIX, inicialmente para criação em cativeiro. Com o tempo, escapes e cruzamentos com porcos domésticos deram origem aos javaporcos, animais híbridos ainda mais resistentes. Esses suínos selvagens se adaptaram rapidamente ao ambiente brasileiro, proliferando em áreas de mata e avançando sobre lavouras. Segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a população de javalis cresceu exponencialmente nas últimas décadas, agravando os conflitos com produtores rurais.


Os javalis são animais noturnos que se deslocam em bandos, o que amplifica o impacto de suas invasões. Além de destruírem cultivos, eles revolvem o solo em busca de raízes, comprometendo a estrutura das plantações. A transmissão de doenças, como a peste suína, também preocupa, já que pode afetar criações de porcos domésticos. Em regiões como o interior de São Paulo, relatos apontam que até 30% das colheitas de milho podem ser perdidas em um único ataque.


COMO FUNCIONA A TÉCNICA DAS VALAS

A construção de valas profundas ao redor das propriedades é uma solução física que explora as limitações dos javalis. Com profundidades entre 1 e 1,5 metro e larguras que variam conforme o terreno, essas barreiras impedem que os animais alcancem as plantações. A técnica é particularmente eficaz porque javalis não são bons escaladores, e a profundidade das valas torna o salto impossível. Em alguns casos, os animais caem nos buracos e não conseguem sair, facilitando o controle por parte dos produtores.


Diferentemente de cercas elétricas, que exigem manutenção constante e podem ser danificadas, as valas oferecem uma solução de longo prazo. A ausência de custos recorrentes, como energia elétrica ou reparos, é um dos principais atrativos. Produtores também relatam que a técnica é silenciosa, não interfere na fauna local e evita o uso de métodos letais, que muitas vezes enfrentam restrições legais.


  • Vantagens da técnica:

    • Baixa manutenção após a construção.

    • Eficácia contra bandos numerosos.

    • Não depende de energia ou tecnologia.

    • Reduz a necessidade de abate de animais.


ADOÇÃO E EXPANSÃO PELO PAÍS

A técnica das valas começou a ganhar tração em pequenas propriedades, mas já é aplicada em fazendas de médio e grande porte. Em estados como Paraná e Minas Gerais, produtores compartilham vídeos mostrando a construção das barreiras e os resultados obtidos. Em algumas áreas, grades metálicas são instaladas nas bordas das valas para reforçar a contenção, especialmente em terrenos mais frágeis.


A disseminação do método foi impulsionada por plataformas digitais, onde agricultores trocam experiências e dicas práticas. Canais como o “Fatos Rurais” compilam relatos que inspiram outros produtores a investir na técnica. Em São Paulo, por exemplo, associações de agricultores têm promovido workshops para ensinar os detalhes da escavação, incluindo o uso de retroescavadeiras e o planejamento logístico. A prática também começa a ser testada contra outras espécies invasoras, como capivaras, que causam danos semelhantes em lavouras de cana-de-açúcar.


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CUSTOS E PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

Embora eficaz, a construção de valas não é isenta de desafios. O custo varia conforme o tamanho da propriedade e as características do terreno. Em solos rochosos ou com desníveis, o preço por metro linear pode aumentar significativamente. Estima-se que a escavação de um quilômetro de vala custe entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, dependendo do equipamento utilizado e da mão de obra contratada.


O planejamento também exige atenção. É necessário mapear os acessos à propriedade para criar passagens elevadas, como pontes de terra ou concreto, que permitam a circulação de máquinas e trabalhadores. A falta de planejamento pode levar a acidentes, como quedas de veículos agrícolas nas valas. Além disso, a contratação de operadores experientes é essencial para garantir a precisão na profundidade e na inclinação das barreiras.


MANUTENÇÃO E RISCOS OPERACIONAIS

As valas exigem cuidados periódicos para manter sua funcionalidade. Em períodos de chuvas intensas, o acúmulo de água pode causar erosão ou assoreamento, reduzindo a profundidade das barreiras. Produtores recomendam a limpeza regular e a instalação de sistemas de drenagem em terrenos mais úmidos.


Os riscos operacionais também são uma preocupação. Funcionários precisam ser treinados para trabalhar próximos às valas, e a sinalização adequada é fundamental para evitar acidentes. Em propriedades com múltiplos acessos, a construção de passagens elevadas aumenta a segurança, mas eleva os custos totais da obra.


  • Cuidados necessários:

    • Limpeza periódica para evitar assoreamento.

    • Sinalização para prevenir acidentes.

    • Drenagem em áreas propensas a alagamentos.

    • Treinamento de equipes para operação segura.


OUTRAS ESPÉCIES INVASORAS

Além dos javalis, capivaras representam um problema crescente em áreas rurais. Esses roedores, comuns em regiões próximas a rios e lagos, consomem grandes quantidades de cultivos jovens, como arroz e milho. Diferentemente dos javalis, as capivaras são menos ágeis, o que torna as valas ainda mais eficazes contra elas. No entanto, sua presença em áreas alagadas exige adaptações, como a construção de barreiras mais largas.


Outras espécies, como queixadas e catetos, também contribuem para os prejuízos no campo. Embora menos numerosos, esses animais causam danos semelhantes, especialmente em plantações de mandioca e feijão. A versatilidade das valas tem levado produtores a considerá-las uma solução ampla para o controle de fauna invasora.


LIMITAÇÕES E ALTERNATIVAS

Apesar dos benefícios, as valas não são uma solução universal. Em terrenos muito úmidos ou com lençóis freáticos elevados, a escavação pode ser inviável. Nesses casos, produtores recorrem a cercas reforçadas ou armadilhas, embora essas opções sejam mais custosas e menos duráveis.


A ausência de regulamentação oficial para o controle de javalis também complica a adoção de medidas padronizadas. O Ibama permite o abate controlado em algumas regiões, mas a burocracia e as restrições legais dificultam a implementação. As valas, por outro lado, não enfrentam essas barreiras, já que são consideradas uma intervenção no próprio terreno do produtor.


EXPERIÊNCIAS REGIONAIS

Em Minas Gerais, produtores de café e milho relatam que as valas reduziram as perdas em até 80% em algumas safras. No Paraná, fazendas de soja próximas a áreas de preservação ambiental adotaram o método como última alternativa após tentativas frustradas com cercas elétricas. Já em São Paulo, a técnica é usada em conjunto com armadilhas para capturar javalis que tentam contornar as barreiras.


A troca de experiências entre regiões tem sido fundamental para aprimorar a técnica. Em eventos agrícolas, como feiras e dias de campo, os produtores discutem formas de reduzir custos e aumentar a eficiência das valas. A colaboração entre associações rurais e universidades também começa a gerar estudos sobre o impacto da técnica na fauna e no solo.


FUTURO DA TÉCNICA

A popularidade das valas reflete a busca por soluções práticas em um contexto de desafios ambientais e econômicos. Embora a técnica não elimine completamente a presença de javalis, ela oferece um alívio imediato para produtores que enfrentam perdas constantes. A expectativa é que, com o aumento da adoção, o método seja aprimorado, incorporando inovações como revestimentos para evitar erosão ou sistemas de monitoramento para detectar tentativas de invasão.


A iniciativa também destaca a resiliência dos produtores rurais, que, diante da falta de apoio governamental, desenvolvem soluções criativas para proteger suas lavouras. A disseminação de boas práticas, aliada à tecnologia e à colaboração entre agricultores, pode transformar as valas em um padrão de manejo em áreas afetadas por fauna invasora.



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