Petistas querem Haddad à disposição de Lula para disputas eleitorais

Ministro da Fazenda, no entanto, resiste a deixar comando da pasta econômica e diz não ser candidato

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam de cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília  • 27/11/2024REUTERS/Adriano Machado

Um grupo de petistas tem defendido que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se licencie do posto até abril para que seja uma alternativa do partido para as eleições gerais de 2026.

A avaliação feita à CNN é de que o cenário eleitoral do próximo ano ainda é incerto e que, por garantia, é prudente que Haddad se desincompatibilize do cargo até o prazo eleitoral para que possa ser uma opção para a legenda.

Apesar do apelo de líderes petistas, Haddad tem afirmado que pretende seguir à frente da equipe econômica no ano que vem e que não pretende ser candidato a nenhum cargo em 2026.

Com a dúvida em torno da disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em disputar a reeleição, Haddad é citado como plano B do governo petista para concorrer à presidência da República.

Caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dispute a sucessão ao Palácio do Planalto, Haddad também é citado como alternativa ao Palácio do Bandeirantes. Ou até mesmo para o Senado Federal.

A última edição da Paraná Pesquisas, divulgada em maio, apontou Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Fernando Haddad liderando uma disputa à duas vagas paulistas na Casa alta.

Com o tabuleiro eleitoral ainda indefinido, e o esforço de Lula de evitar um crescimento da direita no Senado Federal, a leitura de integrantes do partido é de que a legenda não pode se dar ao luxo de ter Haddad como uma "carta fora do baralho".

Por isso, a articulação para que ele deixe a Fazenda em abril, prazo final para a desincompatibilização. Nesse cenário, o favorito para liderar a equipe econômica é o atual secretário-executivo, Dario Durigan.

Nesta segunda-feira (30), chamou a atenção de integrantes do governo o discurso de Haddad com críticas a Jair Bolsonaro (PL) em um evento oficial. A avaliação é de que, apesar de descartar uma candidatura, o petista adotou uma oratória eleitoral.