Hospital Soroka é alvo de míssil do Irã em Beersheba; Israel promete retaliação
- Mega Fato
- 19 de jun.
- 6 min de leitura

Na manhã desta quinta-feira, 19 de junho de 2025, um míssil balístico disparado pelo Irã atingiu o Hospital Soroka, em Beersheba, no sul de Israel, causando danos extensos e deixando ao menos 65 pessoas feridas, três em estado grave. O ataque, que ocorreu por volta das 7h, foi parte de uma barragem de cerca de 30 mísseis lançados contra o país, segundo o Exército de Israel. Pacientes e funcionários do hospital, o maior da região do Negev, foram evacuados às pressas após a explosão, que destruiu alas inteiras e provocou cenas de pânico. As sirenes de alerta soaram instantes antes do impacto, permitindo que muitos se abrigassem em áreas protegidas. O governo israelense classificou o ataque como “ato de terror” e prometeu uma resposta dura, enquanto o Irã nega ter mirado o hospital, alegando que o alvo era uma base militar próxima. A escalada de tensão entre os dois países, em meio a uma troca de ataques iniciada há sete dias, eleva temores de um conflito regional mais amplo.
A fumaça preta subiu por mais de uma hora após o impacto no Hospital Soroka, conforme relatos de testemunhas. Imagens divulgadas por equipes de resgate mostraram corredores cobertos de destroços, vidros estilhaçados e equipamentos médicos danificados. O diretor do hospital, Shlomi Kodesh, informou que a ala cirúrgica antiga, evacuada dias antes por precaução, foi a mais afetada, o que evitou um número maior de vítimas.
Danos reportados: Estruturas, janelas e tetos foram destruídos em várias áreas do hospital.
Feridos: Cerca de 40 pessoas sofreram ferimentos leves, principalmente por estilhaços e quedas de destroços.
Evacuação: Pacientes foram transferidos para outros centros médicos, como o Sheba Medical Center, em Tel Aviv, e o Hadassah, em Jerusalém.
Resposta imediata: Equipes de resgate e bombeiros controlaram um incêndio causado pelo impacto.
REAÇÃO DAS AUTORIDADES ISRAELENSES
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, emitiu uma declaração contundente horas após o ataque, afirmando que “os tiranos de Teerã pagarão o preço total”. A retórica foi reforçada pelo ministro da Defesa, Israel Katz, que comparou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, a um “Hitler moderno” e declarou que ele “não pode mais existir”. Katz anunciou que ordenou ao Exército de Israel intensificar ataques contra alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares e governamentais.
O Ministério da Saúde de Israel destacou a preparação prévia como fator decisivo para evitar uma tragédia maior. Segundo o ministro Uriel Buso, a evacuação de alas vulneráveis do Soroka, realizada na véspera do ataque, foi crucial. “O míssil atingiu exatamente onde havíamos realocado pacientes”, disse Buso, classificando o ataque como um “crime de guerra”.
VERSÃO DO IRÃ SOBRE O ATAQUE
O governo iraniano, por meio de sua agência de notícias estatal IRNA, negou que o Hospital Soroka fosse o alvo principal. Segundo um porta-voz militar, Iman Tajik, o ataque visava o Comando e Base de Inteligência C4I do Exército de Israel,
localizada nas proximidades do hospital. “Nossos mísseis têm precisão comprovada”, afirmou Tajik, alegando que o hospital sofreu apenas danos colaterais devido à onda de choque.
No entanto, autoridades israelenses contestaram a narrativa iraniana, apontando que não há instalações militares significativas na área imediata do hospital. O Comando Sul do Exército de Israel fica a mais de dois quilômetros de distância, e uma base em construção está a cerca de um quilômetro. “É uma tentativa de justificar um ataque deliberado contra civis”, declarou um porta-voz do Exército.
IMPACTO EM OUTRAS REGIÕES DE ISRAEL
Além de Beersheba, o ataque iraniano atingiu cidades no centro de Israel, como Holon, Ramat Gan e Tel Aviv. Em Holon, um prédio residencial sofreu um impacto direto, deixando 10 feridos, dois em estado crítico. Em Ramat Gan, um arranha-céu foi atingido, e 23 pessoas sofreram ferimentos leves. Tel Aviv registrou um caso de incêndio causado por destroços de mísseis interceptados, com uma pessoa levemente ferida.
A Magen David Adom, serviço de emergência de Israel, informou que atendeu 65 vítimas em todo o país, incluindo 18 pessoas feridas enquanto corriam para abrigos. Seis pessoas, entre elas um homem de 80 anos e duas mulheres na faixa dos 70, foram internadas em estado grave.
Holon: Impacto em prédio residencial, com 10 feridos.
Ramat Gan: Arranha-céu atingido, 23 feridos leves.
Tel Aviv: Incêndio causado por destroços, uma vítima.
Outras áreas: Fragmentos de interceptação caíram no norte e em Samaria.
CONTEXTO DA ESCALADA MILITAR
O ataque ao Hospital Soroka ocorre no sétimo dia de um conflito direto entre Israel e Irã, iniciado após uma operação israelense surpresa contra instalações nucleares iranianas, incluindo o reator de água pesada em Arak e o complexo nuclear de Natanz. Israel justificou os ataques como uma medida preventiva contra o programa nuclear do Irã, que, segundo o governo, estava a semanas de desenvolver uma arma nuclear.
O Irã retaliou com barragens de mísseis balísticos e drones, mirando alvos militares e, segundo Israel, áreas civis. Desde o início do conflito, mais de 400 foguetes e centenas de drones foram lançados contra Israel, enquanto os ataques israelenses no Irã causaram pelo menos 639 mortes, segundo a organização Human Rights Activists, com 263 civis entre as vítimas.
MOBILIZAÇÃO DE PACIENTES E EQUIPES MÉDICAS
A evacuação do Hospital Soroka foi coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Magen David Adom, que transferiram pacientes para outros centros médicos do país. Hospitais como Barzilai, em Ashkelon, Assuta, em Beersheba, e Ichilov, em Tel Aviv, receberam a maior parte dos transferidos. Pacientes em reabilitação foram encaminhados ao Centro Adi Negev.
Funcionários do hospital relataram momentos de tensão durante o ataque. Uma enfermeira, que não quis se identificar, descreveu a cena: “Houve um estrondo enorme, e o teto desabou em alguns corredores. Corremos para proteger os pacientes, mas foi um caos”. Um médico destacou a sorte de a ala atingida estar vazia. “Evacuamos a área cirúrgica antiga ontem. Se ainda estivesse ocupada, seria uma catástrofe”, afirmou.
REAÇÕES INTERNACIONAIS
O ataque ao hospital gerou reações de líderes globais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aprovou planos para possíveis ataques ao Irã, mas ainda não autorizou ação direta, evitou comentar detalhes. “Ninguém sabe o que vou fazer”, disse a jornalistas. O enviado especial dos EUA para a Síria, Tom Barrack, alertou o grupo Hezbollah, aliado do Irã, contra envolvimento no conflito.
O grande aiatolá Ali Sistani, líder xiita do Iraque, condenou ataques contra lideranças iranianas e alertou que a guerra pode “mergulhar a região no caos”. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o reator de Arak, atingido por Israel, não apresenta riscos radiológicos, pois estava inativo e evacuado antes do ataque.
PREPARATIVOS PARA RESPOSTA ISRAELENSE
O Exército de Israel anunciou que intensificará operações contra o Irã, com foco em alvos nucleares e militares. Na madrugada de quinta-feira, caças israelenses atacaram dezenas de instalações no Irã, incluindo o reator de Arak e um local de desenvolvimento de armas nucleares em Natanz. “Estamos neutralizando ameaças existenciais”, afirmou um porta-voz militar.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, visitou o Hospital Soroka e destacou a diversidade dos pacientes atendidos, incluindo judeus, muçulmanos e palestinos. “Este ataque mostra o que está em jogo. Vamos reconstruir e mudar o destino da região”, declarou.
PREOCUPAÇÕES COM ESCALADA REGIONAL
A troca de ataques entre Israel e Irã elevou temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio. Países como Japão estão preparando operações para evacuar cidadãos de Israel e Irã, enquanto navios comerciais começaram a evitar águas iranianas próximas ao Estreito de Ormuz. Um parlamentar iraniano, Behnam Saeedi, afirmou que fechar o estreito, por onde passa 20% do petróleo global, é uma opção caso as tensões aumentem.
A população de Beersheba, ainda abalada, começou a avaliar os danos. Moradores próximos ao hospital relataram janelas quebradas e interrupções no fornecimento de energia. “Parecia um terremoto”, disse Asher Adiv, de 69 anos, que vive perto do Soroka.
TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES
O processo de transferência de pacientes do Soroka continuou ao longo do dia, com helicópteros e ambulâncias transportando os mais graves. O Ministério da Saúde pediu que a população evitasse o pronto-socorro do hospital, que opera apenas para emergências. “Estamos garantindo que todos recebam atendimento”, afirmou um representante do ministério.
A ala de traumatologia do Soroka, uma das mais importantes do sul de Israel, foi parcialmente preservada, mas a infraestrutura geral do hospital exigirá reparos extensos. “Levará meses para recuperar algumas áreas”, estimou Shlomi Kodesh.







Comentários