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Governo vai recorrer na Justiça contra derrubada do IOF, diz AGU

  • Mega Fato
  • 1 de jul.
  • 4 min de leitura

Legislativo aprovou derrubada do aumento IOF, imposto sobre empréstimos e operações de câmbio. Sem alta do imposto, governo terá de anunciar novo bloqueio, ou aumento de arrecadação, para equilibrar as contas públicas e buscar a meta fiscal deste ano.


O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta terça-feira (1º) que o governo federal vai recorrer no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional.


Ainda segundo o advogado-geral da União, foram solicitados dados pelo Ministério da Fazenda e foi feito um amplo estudo antes da decisão de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).


“A medida adotada pelo Congresso Nacional acabou por violar o princípio da separação de poderes. Qual a medida que adotamos? A AGU apresentou uma ação declaratória de constitucionalidade para que o STF possa apreciar a correção, a adequação, do ato do chefe do poder Executivo”, disse o ministro Jorge Messias, da AGU.


De acordo com a AGU, o decreto editado pelo presidente Lula, que elevou o IOF, respeita a competência prevista na Constituição e não extrapola os limites previstos em lei, pois foi observada a alíquota máxima de 1,5% ao dia.


Na ação, a AGU também avaliou que a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso Nacional provocará “riscos fiscais graves ao Estado brasileiro”, pois reduzirá “consideravelmente” as estimativas de receita para o exercício de 2025 e para os anos subsequentes.


A AGU informa que, para este ano, a perda de arrecadação prevista, sem a alta do IOF, é de R$ 12 bilhões. “Diante de tal cenário, o Executivo será obrigado a contingenciar [bloquear] despesas da mesma ordem de grandeza das receitas estimadas no decreto presidencial para atender as metas [fiscais]”, acrescentou o órgão.



Chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, em entrevista — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, em entrevista — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Considerada necessária pela equipe econômica para equilibrar o orçamento e buscar o atingimento da meta fiscal deste ano, a proposta sofreu com forte resistência do Legislativo por envolver aumento de tributos. E acabou barrada pelo Parlamento.


➡️Sem o decreto do IOF, as regras das contas públicas estipulam a necessidade de um bloqueio adicional de R$ 10 bilhões que terá de ser anunciado pela área econômica para compensar a perda de arrecadação.


  • O objetivo é buscar a meta de zerar o déficit nas contas do governo neste ano, com um intervalo de tolerância (de até R$ 31 bilhões) e exclusão de parte dos precatórios previstos.


  • A alternativa para o governo para evitar bloqueio no orçamento será elevar outros tributos em igual intensidade, ou seja, em R$ 10 bilhões. O Congresso Nacional, entretanto, não tem mostrado receptividade a propostas que elevem impostos.


Questionado por jornalistas, ele não respondeu se o governo pode alterar a meta fiscal de 2026, que prevê superávit de 0,25% do PIB, algo como R$ 31 bilhões, para as contas do governo.

"Mais do que falar do futuro, eu estou falando do que eu já fiz como ministro da Fazenda em 2024. Nossas medidas não foram aprovadas e, ainda assim, buscamos o melhor resultado fiscal para o país", declarou Haddad, ao ser perguntado sobre a possibilidade de mudar a meta fiscal do próximo ano.


Ação do PSOL


O PSOL também entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo, na última sexta-feira (27), solicitando que o projeto legislativo que previu a derrubada de atos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seja suspenso.



No pedido, o PSOL afirma que o Congresso, ao editar o decreto legislativo para derrubar as novas regras do IOF, extrapolou a competência constitucional e violou o princípio da separação dos Poderes.

Para Mary Elbe Queiroz, presidente do Cenapret e fundadora do Queiroz Advogados, a judicialização da derrubada dos decretos do IOF escancara um ponto-chave do sistema tributário brasileiro: os limites entre o poder de regulação do Executivo e o controle do Congresso sobre temas fiscais.

"Embora o IOF tenha caráter extrafiscal, ou seja, não sirva apenas para arrecadar, mas também para ajustar a economia, a reversão legislativa imediata gera insegurança sobre a estabilidade desses mecanismos. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a constitucionalidade da medida, não estará apenas decidindo sobre um tributo específico, mas sobre os próprios instrumentos de política econômica em um ambiente democrático", disse Mary Queiroz, da Cenapret.


Entenda o aumento do IOF


Com a derrubada dos decretos de Lula sobre aumento do IOF na semana passada, deixa de valer:


  • Aumento do IOF para compras internacionais de pessoas físicas em cartões de crédito e débito internacional, de 3,38% para 3,5%;


  • Alta do IOF para compra de moeda estrangeira em espécie e em remessas para o exterior, que havia subido de 1,1% para 3,5%;


  • Aumento na alíquota diária do imposto para empresas, de 0,0041% para 0,0082%;


  • Elevação da alíquota diária do imposto, de 0,0041% para 0,0082%, para o chamado "risco sacado" - operação em que um banco antecipa o pagamento de uma fatura que é cobrada depois de seu cliente.


  • Alta no IOF de zero para 5% sobre seguros do tipo VGBL, uma forma de previdência privadas, para investidores de renda mais alta;


  • Elevação de zero para 0,38% para fundos de investimento em direito creditório na aquisição de cotas.


➡️Se a Justiça derrubar a decisão do Congresso Nacional, essas elevações do imposto voltarão a ser implementadas.


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