top of page

Banco central dos EUA mantém taxas e sinaliza cautela com inflação

  • Mega Fato
  • 19 de jun.
  • 6 min de leitura
ree

O Federal Reserve, o banco central dos EUA, anunciou na quarta-feira, 18 de junho de 2025, que manterá a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, após decisão unânime do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). A medida, antecipada pelos mercados, reflete cautela em meio às incertezas econômicas globais,


como as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump e a escalada das tensões no Oriente Médio. Apesar do sólido crescimento econômico e do baixo desemprego, a inflação, ainda acima da meta de 2%, levou o Fed a adotar uma postura conservadora. O presidente do Fed, Jerome Powell, enfrenta críticas públicas de Trump, que pressiona por cortes imediatos nas taxas de juros. A decisão foi acompanhada por uma declaração enfatizando a necessidade de monitorar os dados econômicos e os riscos globais.


A decisão de manter as taxas inalteradas reflete um equilíbrio delicado. O Fed observa sinais de desaceleração em setores como o varejo e o mercado de trabalho, enquanto a inflação permanece persistente. As tarifas de Trump, que interrompem as cadeias de suprimentos globais, e a alta dos preços do petróleo, impulsionada pelos conflitos no Oriente Médio, complicam o panorama.


O comunicado do FOMC destacou a força da economia, mas reconheceu que a incerteza permanece elevada. Os principais fatores considerados incluem:


  • Crescimento econômico robusto, mas com indicadores recentes mostrando fraqueza.

  • Inflação persistentemente acima da meta de 2%, exigindo vigilância.

  • Impacto potencial das políticas comerciais e crises geopolíticas de Trump.

  • Necessidade de dados claros antes de ajustar a política monetária.


Essa abordagem cautelosa é vista como uma resposta direta às pressões externas e aos desafios econômicos internos.


Cautela em meio a pressões externas


A decisão do Fed ocorre em meio a intensa pressão política. Donald Trump, que retornou à presidência em janeiro de 2025, criticou publicamente o presidente do Fed, Jerome Powell, novamente. Falando na Casa Branca, Trump chamou Powell de "estúpido" e sugeriu que o Fed deveria cortar os juros para impulsionar a economia. Ele chegou a cogitar a ideia de assumir ele mesmo o comando do banco central.


Powell, no entanto, manteve sua postura de independência. Em uma coletiva de imprensa após a decisão, evitou abordar diretamente as críticas de Trump, enfatizando que as decisões do Fed são baseadas em dados, com foco em inflação, emprego e crescimento. A insistência de Trump em cortes de juros, incluindo uma redução de um ponto percentual, contrasta com a preocupação do Fed de que uma flexibilização prematura poderia reacender a inflação.


O embate entre Trump e Powell não é novo. Durante seu primeiro mandato, Trump desafiou frequentemente a autonomia do Fed, rompendo com a tradição de presidentes evitarem interferência na política monetária. A atual escalada de críticas reflete a frustração do presidente com a resistência do banco central às suas exigências.


Impacto das tarifas de Trump


As políticas comerciais de Trump têm dominado o radar do Fed. Desde que assumiu o cargo, o presidente anunciou tarifas de importação, incluindo 10% sobre a maioria dos produtos e até 145% sobre produtos chineses. Embora algumas medidas tenham sido adiadas, seu potencial impacto preocupa os formuladores de políticas monetárias.


Tarifas podem elevar os preços ao consumidor, alimentando a inflação em um momento em que ela já está acima da meta. Setores como varejo e indústria estão relatando custos mais altos devido a interrupções na cadeia de suprimentos. Um relatório do Instituto de Gestão de Suprimentos observou que os fabricantes de metais dos EUA enfrentam preços em alta, com os produtores nacionais capitalizando a oportunidade de ajustar seus valores.


Além disso, as tarifas podem desacelerar o crescimento econômico. Um relatório recente mostrou que o PIB dos EUA contraiu no primeiro trimestre de 2025, a primeira queda em três anos. O Fed revisou sua previsão de crescimento para 1,7% em 2025, abaixo dos 2,1% projetados em dezembro de 2024, sinalizando preocupações com o impacto das políticas de Trump.


ree

Tensões globais e preços do petróleo


Outro fator que pesa na decisão do Fed é a instabilidade geopolítica, particularmente no Oriente Médio. O recente ataque israelense ao Irã, seguido por trocas de mísseis, elevou os preços do petróleo. Esse aumento pressiona os custos de energia e transporte, o que repercute nos preços ao consumidor.


O Fed reconhece que a inflação, que atingiu 2,9% em dezembro de 2024, pode ser exacerbada por esses choques externos. A incerteza quanto à duração do conflito e às consequências econômicas reforça a postura de esperar para ver do banco central.


Dados econômicos recentes pintam um quadro misto:


  • O mercado de trabalho continua forte, mas o crescimento de empregos desacelerou, com 139.000 empregos adicionados em maio de 2025.

  • As vendas no varejo mostram sinais de fraqueza, refletindo a cautela do consumidor.

  • A confiança empresarial diminuiu, em parte devido às tarifas e à incerteza global.


Esses indicadores sugerem que o Fed está enfrentando um dilema, equilibrando o risco de inflação persistente com a possibilidade de uma desaceleração econômica mais acentuada.


Histórico de decisões recentes:


O Fed cortou as taxas três vezes em 2024, reduzindo a faixa de 5,25% a 5,50% para os atuais 4,25% a 4,50%. O último corte, de 0,25 ponto percentual, ocorreu em dezembro de 2024. Desde então, o banco manteve as taxas inalteradas em quatro reuniões consecutivas, incluindo a de junho de 2025.


Essa série de pausas reflete a abordagem conservadora do FOMC. Analistas observam que o Fed está evitando movimentos abruptos em meio à incerteza crescente. Dario Perkins, economista da TS Lombard, observou que o banco central prefere aguardar a clareza sobre os efeitos das políticas de Trump e os acontecimentos globais antes de ajustar sua estratégia.


Reações do mercado:


A decisão de manter as taxas de juros era amplamente esperada, mas os mercados reagiram com volatilidade. Após o anúncio, os principais índices de ações dos EUA, como o S&P 500 e o Dow Jones, registraram quedas, refletindo preocupações com a inflação e o crescimento. O S&P 500 entrou em território de correção em março de 2025, com queda de 10% em relação ao seu pico recente.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram, elevando os custos de empréstimos para consumidores e empresas. As taxas de hipotecas e financiamentos de veículos, que acompanham os rendimentos de longo prazo, permanecem altas, pressionando os orçamentos familiares.


Os investidores agora buscam pistas sobre o futuro. O "gráfico de pontos", que mostra as projeções de juros dos membros do FOMC, indicou em março de 2025 que o Fed espera dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano. No entanto, a inflação persistente e as incertezas podem levar a revisões nessas previsões.


Perspectivas econômicas:


O Fed enfrenta um cenário complexo. A inflação, embora abaixo do pico de 2022, permanece acima da meta. Dados de novembro de 2024 mostraram um aumento anual de 2,7% nos preços ao consumidor, impulsionado pelos custos de moradia e alimentação. O potencial de novas pressões inflacionárias, seja por tarifas ou choques energéticos, mantém o banco em alerta máximo.


Ao mesmo tempo, os sinais de desaceleração econômica são preocupantes. O desemprego, embora baixo em 4,2%, pode subir para 4,5% até o final de 2025, segundo projeções do Fed. A contração do PIB no primeiro trimestre e a queda da confiança do consumidor reforçam os temores de uma recessão. Bancos como Goldman Sachs e JPMorgan aumentaram suas chances de recessão para 45% e 60%, respectivamente.


Independência do Fed sob escrutínio:


A pressão de Trump levanta questões sobre a independência do Fed. Powell, cujo mandato termina em maio de 2026, declarou que a lei o protege de ser destituído pelo presidente. A Suprema Corte dos EUA manteve essa proteção em maio de 2025, mas as críticas constantes de Trump alimentam especulações sobre potenciais tentativas de interferência.


A autonomia do Fed é vista como crucial para a estabilidade econômica. Economistas como Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, argumentam que a independência permite decisões baseadas em dados, evitando a instabilidade associada a pressões políticas.


O que esperar das próximas reuniões:O Fed tem reuniões agendadas para julho, setembro e outubro de 2025. Analistas do Goldman Sachs preveem cortes de 0,25 ponto percentual em cada uma delas, reduzindo a taxa para 3,5%-3,75% até o final do ano. No entanto, esses cortes dependem de sinais claros de arrefecimento da inflação ou de uma desaceleração econômica mais significativa.


Por enquanto, o banco central mantém sua abordagem de "esperar para ver". A evolução das tarifas de Trump, os acontecimentos no Oriente Médio e os indicadores econômicos dos EUA serão cruciais para moldar os próximos passos.




Comentários


Mega Fato

"Bem-vindo ao nosso blog! Aqui, exploramos de tudo um pouco: tendências, curiosidades, tecnologia, cultura, estilo de vida e muito mais. Se é assunto no mundo, a gente comenta por aqui. Fique ligado e descubra algo novo a cada post!"

  • Facebook
  • Instagram

Categorias + Comentadas

Institucional

INSCREVA SEU EMAIL PARA RECEBER

ATUALIZAÇÕES, POSTS E NOVIDADES

© 2025 Todos os direitos reservados a Mega Fato |  PRODUZIDO CRIADO E DESENVOLVIDO, com EXPRESSÃO SITES

Expressão Sites
bottom of page