Apple corta suporte a chips Intel no macOS 26 e inviabiliza OpenCore e hackintosh
- Mega Fato
- 23 de jun.
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A Apple anunciou, durante a WWDC 2025, o macOS 26, chamado Tahoe, que traz uma mudança drástica: o fim do suporte à arquitetura x86_64, usada em processadores Intel. Essa decisão, efetiva a partir de setembro de 2025, marca o término oficial da compatibilidade com Macs equipados com chips Intel e impacta diretamente a comunidade de hackintosh — usuários que instalam o macOS em PCs não-Apple. A nova interface Liquid Glass é um dos destaques do sistema, mas a transição completa para o Apple Silicon é o foco principal, encerrando uma era iniciada em 2006, quando a empresa adotou processadores Intel. Ferramentas como o OpenCore Legacy Patcher, essenciais para manter Macs antigos atualizados, tornam-se obsoletas, já que o macOS 26 não inclui kernel ou drivers para chips Intel, inviabilizando patches.
A mudança não é inesperada, mas suas implicações são profundas. Usuários de Macs Intel lançados até 2020, como MacBooks e iMacs, terão atualizações de segurança até 2026, mas ficarão presos ao macOS Tahoe como a última versão funcional. Para a comunidade hackintosh, que depende de configurações personalizadas em PCs, a ausência de suporte à arquitetura x86_64 representa um obstáculo praticamente intransponível. Mesmo tentativas de emulação do Apple Silicon em hardware Intel são vistas como inviáveis devido a limitações de desempenho.
Essa transição reflete a estratégia da Apple de consolidar sua plataforma em torno do Apple Silicon, iniciado com o chip M1 em 2020. A empresa destaca a eficiência e o desempenho dos chips próprios, que já equipam todos os Macs lançados desde 2022. A decisão, porém, levanta questões sobre a longevidade de equipamentos mais antigos e o futuro de práticas como o hackintosh.
Principais impactos da mudança:
Fim do suporte a Macs com processadores Intel após o macOS 26.
Inviabilidade de ferramentas como OpenCore para atualizações futuras.
Encerramento da prática de hackintosh em versões além do Tahoe.
Atualizações de segurança para Macs Intel até 2026.
POR QUE A APPLE ABANDONOU OS CHIPS INTEL?
A decisão de eliminar o suporte à arquitetura x86_64 está alinhada com a visão de longo prazo da Apple. Desde a introdução do Apple Silicon, a empresa tem investido em uma integração mais estreita entre hardware e software, algo que os chips próprios facilitam. Durante a WWDC 2025, um porta-voz da Apple afirmou que a transição permite “concentrar a inovação em uma arquitetura unificada”. Isso significa que o macOS 26 foi projetado exclusivamente para os chips M-series, otimizando desempenho e eficiência energética.
A mudança também reflete a obsolescência planejada dos Macs Intel. Equipamentos lançados entre 2017 e 2020, como o MacBook Pro de 16 polegadas de 2019, ainda são funcionais para muitos usuários, mas ficarão limitados ao macOS Tahoe. A Apple já havia sinalizado o fim do suporte a chips Intel desde o lançamento do macOS Ventura em 2022, que exigia patches do OpenCore para rodar em alguns modelos mais antigos. Agora, a retirada completa de drivers e kernel para x86_64 torna qualquer tentativa de adaptação inviável.
O QUE É O OPENCORE E POR QUE ELE É IMPORTANTE?
O OpenCore Legacy Patcher (OCLP) é uma ferramenta de código aberto que permite instalar versões recentes do macOS em Macs não suportados oficialmente pela Apple. Por exemplo, usuários conseguiram rodar o macOS Ventura (2022) em um MacBook Pro de 2012, cujo suporte oficial terminou no macOS Catalina (2019). A ferramenta funciona aplicando patches ao sistema, ajustando drivers e kernels para garantir compatibilidade.
Com o macOS 26, o OpenCore perde sua utilidade. Sem os componentes necessários para processadores Intel no sistema, não há base para os patches funcionarem. A comunidade de desenvolvedores do OpenCore já reconhece que o Tahoe será a última versão viável para Macs antigos, e o macOS 27, esperado para 2026, deve consolidar o fim dessa prática.
Funções principais do OpenCore:
Habilita instalação de macOS em hardware não suportado.
Ajusta drivers gráficos para melhorar desempenho.
Permite atualizações em Macs de até 15 anos atrás.
Suporta configurações personalizadas para hackintosh.

HACKINTOSH: UMA PRÁTICA EM EXTINÇÃO
O termo hackintosh refere-se à instalação do macOS em computadores não fabricados pela Apple, como PCs com processadores Intel ou AMD. Essa prática ganhou popularidade na década de 2000, quando a Apple adotou chips Intel, facilitando a compatibilidade com hardware de terceiros. Comunidades online, como o tonymacx86, desenvolveram ferramentas e guias para configurar sistemas estáveis, atraindo entusiastas e usuários que buscavam o macOS sem pagar o preço dos Macs.
O macOS Tahoe representa um golpe fatal para o hackintosh. Sem drivers ou kernel para x86_64, PCs que rodavam o macOS por meio de ferramentas como OpenCore ou Clover Bootloader ficam sem opções viáveis. Alguns usuários conseguiram instalar versões beta do macOS 26 em configurações hackintosh, mas a comunidade reconhece que isso é uma solução temporária. A emulação de Apple Silicon em hardware Intel, uma alternativa teórica, exigiria recursos computacionais significativos, tornando-a impraticável para a maioria.
A TRANSIÇÃO PARA O APPLE SILICON
A Apple começou a substituir chips Intel por seus próprios processadores em 2020, com o lançamento do chip M1. Desde então, a linha de Macs passou por uma reformulação completa, com modelos como o MacBook Air M2 e o Mac Studio M2 Ultra mostrando ganhos significativos em desempenho e eficiência. O macOS 26 consolida essa transição, eliminando qualquer dependência de arquiteturas legadas.
A nova interface Liquid Glass, apresentada na WWDC 2025, é otimizada para o Apple Silicon, com efeitos visuais que aproveitam a capacidade de processamento gráfico dos chips M-series. Recursos como Stage Manager e Continuity também foram refinados para integrar melhor os Macs com outros dispositivos Apple, como iPhones e iPads, todos baseados em arquiteturas ARM.
O QUE ACONTECE COM OS MACS INTEL AGORA?
Os Macs equipados com processadores Intel, lançados até 2020, ainda são amplamente usados. Modelos como o iMac de 27 polegadas de 2020 e o MacBook Pro de 13 polegadas de 2020 têm desempenho suficiente para tarefas profissionais e pessoais. No entanto, com o macOS 26, esses dispositivos enfrentam um limite claro: não haverá suporte para sistemas futuros.
A Apple garantiu que atualizações de segurança serão fornecidas até 2026, mas isso não inclui novos recursos ou melhorias. Para usuários que dependem de softwares atualizados, como editores de vídeo ou ferramentas de desenvolvimento, isso pode significar a necessidade de migrar para um Mac com Apple Silicon mais cedo do que o planejado.
ALTERNATIVAS PARA USUÁRIOS DE MACS ANTIGOS
Para quem possui um Mac Intel, algumas opções estão disponíveis, embora limitadas. O macOS Tahoe pode ser usado como o sistema final, com patches do OpenCore para maximizar a compatibilidade. Outra alternativa é migrar para sistemas operacionais alternativos, como distribuições Linux, que oferecem suporte a hardware mais antigo e podem imitar algumas funcionalidades do macOS.
Possíveis caminhos para usuários:
Continuar com o macOS Tahoe até 2026.
Instalar Linux, como Ubuntu ou Pop!_OS, em Macs Intel.
Adquirir um Mac com Apple Silicon para suporte futuro.
Usar máquinas virtuais para testar novos sistemas.
O FUTURO DO MACOS E DA APPLE
A decisão de abandonar a arquitetura x86_64 reforça o controle da Apple sobre seu ecossistema. Ao focar exclusivamente no Apple Silicon, a empresa pode otimizar o macOS para seus chips, reduzindo a fragmentação e melhorando a experiência do usuário. O macOS 27, previsto para setembro de 2026, deve aprofundar essa integração, com novos recursos exclusivos para os chips M-series.
Para a comunidade de hackintosh e usuários de Macs antigos, o cenário é menos otimista. A prática de instalar o macOS em hardware não-Apple, que sobreviveu por quase duas décadas, chega ao fim. A transição para o Apple Silicon, embora benéfica para a Apple, deixa um legado de dispositivos que, apesar de funcionais, serão gradualmente deixados para trás.
LIÇÕES DO PASSADO: A TRANSIÇÃO POWERPC
A mudança atual não é a primeira vez que a Apple abandona uma arquitetura. Em 2006, a empresa migrou dos processadores PowerPC para chips Intel, deixando Macs mais antigos obsoletos. Na época, ferramentas como o Rosetta permitiram rodar aplicativos PowerPC em Macs Intel, mas o suporte foi gradualmente eliminado. A transição para o Apple Silicon segue um padrão semelhante, com o Rosetta 2 garantindo compatibilidade com aplicativos x86_64 até o macOS 26.
Essa história sugere que a Apple prioriza a inovação em detrimento da compatibilidade com hardware legado. Usuários de Macs Intel podem esperar um período de transição semelhante, com suporte limitado até que o Apple Silicon domine completamente o ecossistema.







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